Dietas de “fertilidade” podem ajudar a engravidar?

A alteração da dieta e de estilo de vida é recomendada pelas mais diversas áreas médicas, onde a alteração para hábitos mais saudáveis agrega maior qualidade de vida e mais saúde para os pacientes. Reduzir hábitos como consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, sedentarismo e consumo alimentar inadequado são sempre vistos como recomendações para uma vida mais saudável. Mas e a fertilidade? Conforme já foi descrito em diversos estudos, o estado nutricional e o estilo de vida podem causar grande influência na fertilidade, tanto feminina quanto masculina. Entretanto uma grande quantidade de informações está disponível para o público hoje em dia. É comum encontrarmos em reportagens de revistas, publicações na internet ou até nos grupos de amigos recomendações de uma fruta, suplemento, chá entre outros que façam maravilhas pela nossa fertilidade. Dessa forma, como podemos confiar nessas indicações?
É verdade que nos últimos anos a ciência vem trabalhando para identificar “fatores modificáveis” como dieta e estilo de vida que podem afetar a capacidade reprodutiva. Entretanto, é difícil podermos afirmar de forma determinante que “aquele composto” apresenta o efeito adequado, pois é difícil “medirmos” a fertilidade de um paciente. O que os estudos buscam são dietas que alteraram indicadores de fertilidade como tempo para gestação, perfil hormonal, irregularidades menstruais entre outros. Algumas alterações de hábitos específicos associados a um padrão de vida saudável podem sim melhorar os indicadores de fertilidade e por fim resultar no desfecho desejado, a gestação.
Devemos lembrar que os alimentos funcionam como “veículos” que entregam nutrientes para o nosso organismo, mas da mesma forma, podem trazer compostos químicos não nutritivos que podem vir tanto de contaminação ambiental quanto serem adicionados ao alimento. Podemos citar como exemplos já conhecidos a presença de mercúrio em peixes, resíduos de pesticidas em produtos frescos e a presença de ftalatos em alimentos em geral provenientes das embalagens plásticas. Por isso que a principal recomendação é buscar sempre alimentos orgânicos e com baixa taxa de industrialização para tentarmos reduzir a presença de componentes não nutricionais. Dentro desse contexto, duas dietas têm chamado a atenção nos estudos como as com maiores benefícios para a fertilidade. As dietas são a “dieta da fertilidade1 e a dieta mediterrania2. A dieta da fertilidade consiste alto consumo de gordura monossaturada, proteínas vegetais, laticínios integrais, carboidratos de baixo índice glicêmico, multivitamínicos e ferro de fontes vegetais. Já a dieta mediterrânea é caracterizada por um grande consumo de frutas e vegetais, carnes brancas como peixes e aves, produtos com baixa taxa de gordura e muito azeite de oliva. Ainda, vale lembrar que estudos já mostraram que pacientes com alto consumo de fast food e baixo consumo de frutas e vegetais é relacionado com maior tempo para alcançar a gestação. Em resumo, podemos observar que não temos grandes mistérios com as dietas da “fertilidade”, uma rotina com hábitos e consumo de alimentos conhecidamente saudáveis pode ser um aliado do seu tratamento.

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